quarta-feira, 30 de março de 2016

Ilha de calor e área verde


A falta de árvores em São Paulo transforma a cidade em uma grande ilha de calor. A temperatura em alguns bairros subiu 7ºC nos últimos 70 anos, informou o SPTV nesta segunda-feira (21). As árvores bloqueiam até 90% da luz e do calor que vem do sol. Por isso, os bairros arborizados da cidade chegam a ser 10ºC mais frescos.

Nas ruas da capital paulista, existem 650 mil árvores. É uma árvore para cada 18 pessoas. Segundo os especialistas, é muito pouco. Uma árvore de grande porte borrifa até 400 litros de água no ar por dia. Sem elas, a secura é grande.

O Verdejando resolveu fazer um teste com dois blocos de gelo do mesmo tamanho. Um foi colocado no sol e outro, na sombra, mais perto de uma árvore. Uma hora depois, a diferença de tamanho entre os blocos era grande.

“As árvores têm um papel importante em vários aspectos. Um deles é esse controle de temperatura, mantém a temperatura mais baixa”, diz Augusto José Pereira Filho, professor de ciência atmosférica do IAG-USP. A experiência mostra que reflorestar São Paulo é uma questão de sobrevivência, de saúde e de qualidade de vida.

Considerado um importante indicador da qualidade de vida nos municípios, o índice de áreas verdes públicas por habitante caiu em 9 das 31 subprefeituras da capital entre 2011 e 2012. Em algumas regiões, a diminuição chega a 60%.




No Jabaquara, onde houve a maior perda, o índice passou de 5,98 m² por habitante para 2,41 m² , uma redução de 59,5%. Logo em seguida vem Pinheiros, queda de 5,26 m² para 2,18 m² diminuição de 58,5% (veja quadro ao lado).

Em toda a cidade, a proporção subiu de 12,41 m² de área verde per capita para 14,58 m². O número ainda está abaixo do mínimo recomendado pela (SBAU) Sociedade Brasileira de Arborizacão Urbana, que é de 15 m². . Em Curitiba (PR), cidade mais verde do país, segundo a ONU, o índice é de 64 m² de área verde por habitante.

Para especialistas, a piora do indicador na capital está relacionada à verticalização da cidade e à falta de incentivos para a preservação ambiental.  “Os grandes empreendimentos também provocam mudanças viárias, atingindo áreas verdes que estavam preservadas”, afirma o consultor ambiental Alessandro Azzoni.

Segundo o Departamento de Aprovação de Edificações, no ano passado foram emitidos 68 alvarás para a construção de prédios na região de Pinheiros, 11% do total da cidade. “O município devia dar incentivos tributários para os empreendimentos imobiliários que preservam áreas verdes”, afirma o engenheiro florestal Demostenes Silva, vice-diretor da SBAU.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que o número de parques da capital subiu de 33 para 97 entre 2005 e 2012, mas não se manifestou em relação à redução no índice de áreas verdes por habitante.  O plano de metas do prefeito Fernando Haddad prevê a criação de um sistema de contrapartida para fins de implantação de áreas verdes e financiamento de terrenos para parques, mas sem prazo para implantação.




terça-feira, 29 de março de 2016

Deriva dos continentes

As questões atuais sobre a nossa distribuição atual de espécies sobre o planeta Terra, não é uma novidade. Mas, alguns pensadores, além de Darwin se propor a responder essa questão, como Alfred Wegner. Assita esse documentário para entender um pouco mais sobre a Deriva dos continentes. Vale a pena.




segunda-feira, 28 de março de 2016

Mapa da Fome no Mundo em 2015

A última previsão de desnutrição global publicado no First Sofi 2015 foram ligeiramente revisto devido a uma mudança de dados subjacentes dos dois países. Em especial: novas informações sobre a produção agrícola no Senegal, fornecidos pela Agence Nationale de Statistique et de la Démographie, levou a uma revisão da disponibilidade de calorias per capita. Com base em dados actualizados, as novas estimativas da prevalência de desnutrição e o número de pessoas subalimentadas para os períodos de 2010-2012 para 2014-16 foram calculados.

Estimativas de perdas alimentares a nível realista para Omã foram modificados, levando a uma pequena revisão do nível nacional per capita disponibilidade de calorias. Com base em dados atualizados, as novas estimativas da prevalência de desnutrição e o número de pessoas subalimentadas foram obtidos para Omã. Como resultado dessas revisões, estimativas para os agregados regionais e globais, bem como país especial grupos, também foram atualizadas.

Estas revisões não alteram a avaliação global do estado de insegurança alimentar global descrito no First Sofi 2015. As designações empregadas e a apresentação do material no mapa(s) não implicam a expressão de qualquer opinião por parte da FAO relativas ao estatuto jurídico ou constitucional de qualquer país, território ou zona marítima, ou relativos à delimitação das fronteiras




quarta-feira, 23 de março de 2016

O ano de 2015 fará parte da história


O ano de 2015 arrisca-se a bater recordes no que diz respeito a temperaturas altas. De acordo com  a Organização Meteorológica Mundial, poderá ser o mais quente desde que há registos, sendo certo que as temperaturas deste ano têm superado em muito as registadas no ano passado.

O período entre 2011 e 2015 é também o mais quente de sempre, com vários fenómenos climatéricos extremos.

O organismo afirma que os dados preliminares mostram que a temperatura média em 2015 está 0,73 graus acima da média de 14 graus do período compreendido entre 1961 e 1990. É também aproximadamente um grau acima ao período entre 1880 e 1899.

"O clima de 2015 fará história por várias razões. Os níveis dos gases de efeito de estufa na atmosfera atingiram novos picos. Deverá ser o ano mais quente desde que há registos, com as temperaturas da superfície dos oceanos no nível mais alto desde que são medidas. São más notícias para o planeta", diz Michel Jarraud, secretário-geral do organismo.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o aumento das temperaturas deve-se à combinação do El Nino e ao aquecimento global induzido pelo homem.


terça-feira, 22 de março de 2016

ONU: população precisará de 40% a mais de água em 2030

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de março), a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia. Neste ano, as celebrações giram em torno do tema Água e Energia e a relação arraigada entre esses dois elementos foi destaque na reunião da ONU, em Tóquio, para celebrar o dia.
Água e energia estão entre os desafios globais mais iminentes, segundo o secretário-geral da Organização Meteorológica Global e membro da ONU-Água, Michel Jarraud, em nota divulgada pela organização.
Atualmente, 768 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada, 2,5 bilhões não melhoraram suas condições sanitárias e 1,3 bilhão não têm acesso à eletricidade, de acordo com a ONU.
A situação é considerada inaceitável por Jarraud. Segundo ele, outro agravante é que as pessoas que não têm acesso à água tratada e a condições de saneamento são, na maioria das vezes, as mesmas que não têm acesso à energia elétrica.
O Relatório Global sobre Desenvolvimento e Água 2014, de autoria da ONU-Água, reforça a necessidade de políticas e marcos regulatórios que reconheçam e integrem abordagens sobre prioridades nas áreas de água e energia.
O documento destaca como assuntos relacionados à água impactam no campo da energia e vice-versa. Um dos exemplos citados lembra que a seca diminui a produção de energia, enquanto a falta de acesso à energia elétrica limita as possibilidades de irrigação.
Ainda de acordo com o relatório, 75% de todo o consumo industrial de água é direcionado para a produção de energia elétrica.
Energia e água estão no topo da agenda global de desenvolvimento, segundo o reitor da Universidade das Nações Unidas, David Malone, que este ano é o coordenador do Dia Mundial da Água em nome da ONU-Água, juntamente com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).
O diretor-geral da Unido, Li Yong, destacou a importância da água e da energia para um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. “Há um forte clamor hoje para a integração da dimensão econômica e o papel desempenhado pela indústria das manufaturas em particular, na direção das prioridades de desenvolvimento pós‐2015. A experiência mostra que intervenções ambientalmente saudáveis nas indústrias de transformação podem ser altamente efetivas e reduzir significativamente a degradação ambiental. Eu estou convencido que um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável será um elemento chave para uma integração bem sucedida das dimensões econômica, social e ambiental,” declarou Li, em nota da ONU.
O Dia Mundial da Água foi instituído em 1992. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, a data é referência para as discussões em busca de soluções para os conflitos existentes entre oferta e demanda de água ao redor do mundo.

*Colaborou o tradutor Augusto Queiroz







segunda-feira, 21 de março de 2016

Encontro Luso-Afro-Americano de Geografia Física e Ambiente

O Encontro Luso-afro-americano de Geografia Física e Ambiente pretende-se constituir como um fórum privilegiado para a discussão de problemáticas relacionadas com a Geografia Física e o Ambiente, congregando investigadores africanos, europeus e americanos.

Num contexto global em que a proliferação de conflitos políticos e armados tem potenciado situações de risco para as sociedades, continuam a observar e a agravar-se condições de crise ambiental e degradação dos elementos naturais do nosso planeta.

Neste sentido, é objetivo deste evento reunir acadêmicos oriundos dos três continentes, para a discussão das temáticas propostas.

Propõe-se um conjunto de temáticas diversificadas e abrangentes, abordando aspetos fundamentais dada ciência geográfica, nas suas vertentes física e ambiental, com destaque para a sua aplicação ao ordenamento do território, aos riscos naturais e outras problemáticas ambientais, bem como à sua vertente didática.

O evento ocorrerá em Maputo-Moçambique entre os dias 7 a 9 de junho de 2016 na Universidade Pedagógica de Moçambique.



domingo, 20 de março de 2016

Tinta Térmica

Em mais um esforço que pode ajudar a conter o avanço do aquecimento global, a Agência Espacial Norte-Americana, Nasa, desenvolveu uma tinta à base de água e microesferas ocas de vidro capaz de reduzir a temperatura e o consumo de energia dentro das residências. A tinta térmica é uma solução de custo relativamente baixo utilizada nas obras de isolamento térmico.

Os telhados revestidos com o material reduzem em até 60% o consumo de energia elétrica utilizada para refrigerar casas, prédios, indústrias e estabelecimentos comerciais. Ou seja, ambientes fechados comuns das cidades, mas que, com a pintura, não precisaram contar com os aparelhos de ar-condicionado.

O projeto foi inicialmente desenvolvido para ser aplicado em aeronaves espaciais, navios e tubulações, a fim de diminuir o calor dentro dessas estruturas. No entanto, cientistas perceberam que essa poderia ser uma alternativa barata e eficiente para ser comercializada de uma maneira geral. Desde o ano passado, a tinta tem ficado cada vez mais popular.




sábado, 19 de março de 2016

Abrigos termo-higrométricos alternativos.


UTILIZAÇÃO DE ABRIGOS TERMO-HIGROMÉTRICOS ALTERNATIVOS

Marcos de Oliveira Valin Júnior, Flávia Maria de Moura Santos, Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira, Carlo Ralph De Musis, José de Souza Nogueira

RESUMO
Este trabalho teve por objetivo levantar os tipos de abrigos alternativos para termo-higrômetros (temperatura e umidade) utilizados, reproduzi-los e testa-los para comparação dos dados obtidos a partir de um padrão de referência, instalados em campo aberto para garantir o mesmo ambiente para o estudo, visando avaliar e qualificar esses abrigos quanto ao seu desempenho, custo e praticidade de manuseio para utilização em pesquisas de clima urbano. Com os dados coletados realizaram-se diversas analises gráficas e estáticas. Com base no desempenho dos abrigos alternativos analisados, tem-se que os abrigos fabricados com tubo de PVC na vertical e com pote de sorvete não se demonstram eficientes para a coleta de dados em pontos fixos, principalmente se utilizados durante o dia. Quanto aos demais tipos, o com pratos plásticos, tubo de PVC na horizontal e casa de madeira, se mostraram alternativas viáveis quanto ao desempenho, cabendo analisar o local onde será utilizado para definir qual deles melhor se adapta, pois o horizontal depende de já conhecer o sentido da direção do vento, o de madeira do espaço disponível devido ao seu tamanho e peso e o de pratos depende da disponibilidade de pratos plásticos na cor branca.


Francisco J. – francisco_castelhano@hotmail.com LABOCLIMA - Departamento de Geografia / UFPR - Universidade Federal do Paraná – ROSEGHINI, Wilson F. F. - feltrim@gmail.com LABOCLIMA - Departamento de Geografia / UFPR - Universidade Federal do Paraná – 
RESUMO. Este trabalho tem como objetivo auxiliar as pesquisas de campo em climatologia, facilitando a logística dos equipamentos utilizados na coleta de dados, além de buscar uma redução de gastos ao empregar materiais mais duráveis e leves. Foram efetuadas analises estatísticas comparativas entre os mini-abrigos tradicionais em madeira e a proposta de utilização do PVC, calibrados em conjunto com a estação automática do INMET localizada no Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba, durante os meses de setembro e outubro de 2011. Os dados foram coletados em situações meteorológicas diversas (chuva, altas e baixas temperaturas e umidade), explicitando ao final da análise uma alta correlação entre os dados oficiais e os coletados pelos sensores dos mini-abrigos. Assim, concluiu-se que a aplicação dos mini-abrigos de PVC possibilita alta acurácia dos dados coletados em campo, mostrando-se altamente confiáveis para aplicação em pesquisas. PALAVRAS-CHAVE: Pesquisas de campo; Mini-abrigos; PVC; Coleta de dados.


Danielle Morais Amorim1 , Daniel dos Santos Costa², Paulo Gustavo Serafim de Carvalho³, Marlon da Silva Garrido4 & Indira Cristiane Moreira Gonçalves5 

RESUMO: O atual cenário agrícola mundial evidencia a necessidade do emprego de dispositivos para o monitoramento dos processos produtivos e aquisição de informações que subsidiem a tomada de decisão. Nesse sentido, objetivou-se com este trabalho comparar dados de temperatura e umidade relativa do ar obtidos a partir de sensores de baixo custo, protegidos em um abrigo meteorológico confeccionado a partir de PVC, com dados de duas estações meteorológicas para fins de aferição. Os sensores utilizados foram o LM35DZ, para a temperatura do ar, e o HIH-4030-4031, para a umidade relativa do ar. Foram confeccionadas placas de circuito impresso para acomodação e condicionamento do sinal dos sensores teste de temperatura e umidade relativa do ar. Os equipamentos foram instalados em condições de campo, nas estações meteorológicas automáticas localizadas em Juazeiro-BA e Petrolina-PE, sendo os circuitos dos sensores teste conectados a um data logger desenvolvido na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). A partir da coleta dos dados, foram realizadas análises estatísticas de regressão. Com a similaridade encontrada entre os dados obtidos a partir dos sensores protegidos em abrigo de PVC com os dados obtidos a partir dos sensores utilizados nas estações meteorológicas da UNIVASF e da Embrapa Semiárido, foi comprovada a viabilidade de uso em condições de campo do LM35DZ e do HIH-4030-4031 em abrigo confeccionado com PVC. A confiabilidade dos dados obtidos mostrou ser possível reduzir custos nas atividades agrícolas e de pesquisa acadêmica que envolvam a medição dessas variáveis ambientais.  


Ismael Luiz Hoppe1 , Amanda Comassetto Iensse2 , João Paulo Delapasse Simioni3 , Cássio Arthur Wollmann4 1, 2, 3 Alunos - Departamento de Geociências, UFSM, 4 Orientador / Professor - Departamento de Geociências, UFSM 

Resumo Este trabalho teve por objetivo comparar um Abrigo Meteorológico de Baixo Custo (ABC) com a estação meteorológica oficial do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, instalado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul. O ABC foi instalado na Estação meteorológica da UFSM a aproximadamente 1,5 metros de altura. Apesar de o Datalogger ficar exposto por 43 dias, apenas foram usados os dados dos dias 10/03/2013 a 10/04/2013, durante três horários diários, às 9h, às 15h e às 21h. O pluviômetro que está contido no ABC é feito de PVC e possui um funil com diâmetro diferente, com tampas em ambas as pontas para evitar a evapotranspiração. Com os dados coletados criaram-se os gráficos de temperatura, umidade relativa e ponto de orvalho, tanto do ABC quanto da estação oficial, para os três horários de coleta. Também foi feito o cálculo de um índice de conversão, onde os dados da ABC foram convertidos para os da estação do INMET. Os resultados iniciais apresentam-se suavemente mais dispersos no ABC do que na estação do INMET. As médias de temperatura diferenciam-se por 1,3°C. No que diz respeito à umidade relativa do ar, a média variou em aproximadamente 8%, sendo URAMBC>URINMET. Calculou-se ainda a relação entre a quantidade de água coletada pelo pluviômetro de PVC e o pluviômetro oficial.
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segunda-feira, 7 de março de 2016

A Biogeografia das Flores

Na Natureza nada é aleatório. Tudo o que nela existe resultou de milhões de anos de evolução. Os seres vivos não evoluíram independentemente, mas integrados nos respetivos ecossistemas. As plantas, como não se movem, para se “alimentarem” necessitam de luz e pigmentos assimiladores e captadores de energia (clorofilas e carotenoides), cuja concentração depende das coordenadas geográficas onde vegetam.

Assim também, para se reproduzirem sexuadamente e para se dispersarem, são dependentes de agentes transportadores (ar, água e animais) dos seus diásporos (esporos, sementes e frutos). Desta maneira, evoluíram adaptando-se não apenas às condições ecológicas dos ecossistemas onde vivem, mas também aos agentes dispersores. Quando os agentes dispersores são animais, ocorreu frequentemente uma evolução adaptativa paralela com esses animais (coevolução).

Nas Angiospérmicas (plantas vasculares, com flores e frutos), a cor predominante das folhas é o verde, pois a clorofila é o pigmento mais importante para a elaboração dos nutrientes necessários para as funções vitais das plantas. Mas as cores das flores e dos frutos resultaram de uma evolução adaptativa aos agentes polinizadores e dispersores, particularmente animais.

Os animais não têm todos a mesma visibilidade para as cores. Assim, do espetro solar (arco-íris) os humanos vêm as cores das radiações desde os 380 nanómetros de comprimento de onda (violeta) aos 740 nanómetros (vermelho). Os cães e gatos vêm poucas cores, apenas do azul ao amarelo. Um cão guia sabe que o semáforo está vermelho, pela posição da luz na vertical do semáforo, pois não vê a cor, apenas tem a perceção da luz estar apagada ou acesa. Por isso, as posições das 3 cores dos semáforos são sempre as mesmas em todos os semáforos (a superior é vermelha, a do meio é amarela e a inferior é verde).

Nos humanos também há que contar com os daltónicos que não vêm o vermelho.

Muitos insetos (abelhas por exemplo) e muitas aves, vêm para além do violeta (ultravioleta), que nós não vemos, mas podemos saber como as abelhas vêm essa cor nas flores, através de fotografias com filmes sensíveis ao ultravioleta. Por outro lado, as abelhas e muitos outros insetos não vêm o vermelho. As cobras, por exemplo, têm uma reduzida amplitude de visão das cores do espetro solar, mas “percebem” para lá do vermelho (infravermelho), o que é muito útil para predadores noturnos de presas de sangue quente.

Por isso, as cores das flores dependem do espetro visual dos polinizadores e a cor dos frutos da visão dos dispersores.

Jorge Paiva

Assim, em Portugal as flores das nossas plantas nativas não são vermelhas, pois os polinizadores no nosso país são maioritariamente insetos. Já temos frutos vermelhos, pois alguns dos dispersores são aves, que vêm o vermelho. As flores que estão adaptadas a polinizadores noturnos, são brancas.

A cor de muitos animais e plantas depende da altitude, como, por exemplo, algas vermelhas a profundidades maiores que as algas castanhas e as verdes à superfície. O mesmo acontece com alguns peixes, particularmente dos ecossistemas coralígenos, por se manterem em nichos ecológicos horizontais. As cores dos seres vivos também dependem da latitude, como, por exemplo o urso polar é branco e os ursos de latitudes inferiores são castanhos e até pretos.

Com as plantas passa-se o mesmo, pois as das latitudes equatoriais são de folhagem verde-escura e as que se encontram entre os círculos polares e os respetivos trópicos (Câncer e Capricórnio) são verde-claro.

Embora não haja uma dependência tão intensa da cor dos seres vivos com a longitude, existem muitos exemplos, como, por exemplo, os nossos carvalhos e aceres têm folhagem acastanhada no Outono e a dos americanos é avermelhada. As cores dos animais também dependem dos hábitos de vida (ex.: os predadores noturnos são sarapintados de branco e escuro) e dos ecossistemas onde vivem (ex.: os cavernícolas são despigmentados, pois vivem permanentemente na escuridão, por isso são brancos e cegos).

Autor: Jorge Paiva (Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra)
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quinta-feira, 3 de março de 2016

IX Seminário Latino Americano e V Seminário Ibero Americano de Geografia Física

IX Seminário Latino Americano e V Seminário Ibero Americano de Geografia Física:

A Geografia Física e a gestão de territórios
resilentes e sustentáveis

Encontra-se disponível o site do IX Seminário Latino Americano e V Seminário Ibero Americano de Geografia Física.

Maiores informações no site http://ixslagf.wix.com/info




Eixos Temáticos


1. Teoria e Metodologia da Geografia Física
2. Geomorfologia e dinâmicas naturais
3. Bacias hidrográficas - processos físicos, gestão e sustentabilidade
4. Paisagem, património natural e gestão do território
5. Climatologia, variabilidade e mudanças climáticas
6. Biogeografia, biodiversidade e conservação da natureza
7. Mudanças ambientais: Riscos, vulnerabilidades, desafios e gestão


Datas importantes


Página WEB – dezembro de 2015

1ª Circular - dezembro de 2015

2ª Circular – fevereiro de 2016

Receção de trabalhos (até 12 páginas) – até 31 de março de 2016

Comunicação de aceitação de trabalho – 30 de junho de 2016