terça-feira, 29 de abril de 2014

El Niño chegando em 2014?

O padrão climático El Niño / La Niña que, alternadamente, aquece e resfria o Pacífico tropical oriental é o gorila de 800 quilos de sistema climático da Terra. Em uma escala global, nenhum outro fenômeno único tem uma influência maior sobre se um ano será mais quente, mais frio, mais úmido ou mais seco do que a média. Naturalmente, então, os ouvidos dos meteorologistas sazonais e gestores de recursos naturais em todo o mundo se animou de volta no início de março, quando Centro de Previsão Climática da NOAA emitiu um "El Niño Watch".

O "relógio" significa que as condições oceânicas e atmosféricas no Oceano Pacífico tropical são favoráveis ​​para o desenvolvimento do El Niño nos próximos seis meses. Esses mapas revelam um dos mais significativos desses sinais favoráveis: a profunda piscina de água morna correr para o leste ao longo do equador desde o final de janeiro.

Os mapas mostram uma visão transversal da temperatura média de cinco dias no top 300 metros * do Oceano Pacífico em meados de fevereiro, meados de março, e no meio da abr 2014 em comparação com a média de longo prazo (1981-2010).

A piscina de água morna estava à espreita, no Pacífico ocidental em meados de fevereiro, mas mudou progressivamente para leste nos dois meses seguintes. Em meados de abril, a água excepcionalmente quente estava perto de romper a superfície no leste do Pacífico fora da América do Sul. NOAA declara El Niño em andamento quando a temperatura média mensal no leste do Pacífico é de 0,5 ° Celsius ou mais acima da média.

Tais águas superficiais quentes são incomuns no Pacífico oriental, porque a direção do vento predominante nos trópicos é de leste a oeste: da América do Sul para a Indonésia. Os ventos de leste se acumulam as águas superficiais aquecidas pelo sol no oeste do Pacífico, como rajadas de vento construir neve em desvios. Nível médio do mar é literalmente maior no Pacífico ocidental do que no Pacífico oriental.

À medida que a água de superfície quente é empurrado para oeste pelos ventos predominantes, água fria das profundezas do oceano sobe à superfície perto da América do Sul. Águas gradiente-quente esta temperatura ao redor Indonésia e águas mais frias ao largo América do Sul-dura apenas enquanto os ventos de leste estão soprando.

Se esses ventos vão folga ou sentido inverso, no Pacífico ocidental, a piscina de água quente em torno Indonésia é liberado e começa a chapinhar lento em direção a América do Sul. A chapinha é chamada de onda Kelvin. Se a onda Kelvin tem um forte impacto sobre as águas de superfície no Pacífico Central e Oriental, a seguir pode ajudar a mudar a circulação atmosférica e desencadear uma cascata de efeitos secundários climáticas que repercutem em todo o mundo.

Será que as chances de um aumento evento El Niño ou diminuir como chega o verão? Como pode um padrão climático tem um efeito tão poderoso em tempo longo? Para obter respostas para estas e outras perguntas, mantenha-se atento para um novo blog planejado para lançamento em Climate.gov nas próximas semanas. Produzido por cientistas do Centro de Previsão do Clima da NOAA e do Instituto Internacional para o Clima ea Sociedade de Pesquisa, o blog vai acompanhar o desenvolvimento de El Niño a partir da perspectiva dos cientistas no centro de previsão do clima operacional dos Estados Unidos.
Fonte: Site do NOAA

Temperatura da água em profundidade em fevereiro-2014, no oceano pacífico.

Temperatura da água em profundidade em março-2014, no oceano pacífico.
Temperatura da água em profundidade em abril-2014, no oceano pacífico.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Tornados nos Estados Unidos

Os Estados Unidos podem registrar neste domingo uma importante e grave onda de tornados que deve afetar estados como Oklahoma, Texas, Louisiana, Arkansas e áreas próximas. Será o fim definitivo da trégua. O começo da temporada atual de tornado até agora é a mais calmo desde a década de 50 e alguns especialistas consideram que possa ser a mais tranqüila em um século. Os anos de 1969 e 1987 também tiveram poucos tornados até abril. A média do número de tornados entre os dias 1º de janeiro e 20 de abril nos últimos 10 anos foi de 413. Em 2014, contudo, foram confirmados só 109 contra 223 em 2013, 574 em 2012 e 608 em 2011. O baixo número não é garantia que o restante da temporada manterá a calma de agora. Os meses com maior frequência de tornados nos Estados Unidos são maio e junho. No ano passado, o início da temporada também apresentou ocorrências do fenômeno abaixo da média história, contudo maio foi marcado por violentos tornados em Oklahoma com dezenas de mortos. A última morte por um tornado nos Estados Unidos ocorreu em 21 de dezembro de 2013.

O professor de ciências atmosféricas da Universidade do Colorado Roger Pielke Jr. publicou interessante artigo sobre tornados nos Estados Unidos no Wall Street Journal na sexta-feira. Segundo ele e outros autores de um estudo, há uma tendência declinante em danos e perda de vidas por tornados nos Estados Unidos. A conclusão se dá após análise de quase 58 mil tornados desde 1950. Em 2011 houve um importante desvio da curva com 560 mortes, o maior em um ano desde 1925. Só uma onda de tornados matou mais de 300 pessoas. Apenas três anos desde 1950 tiveram prejuízos superiores a 25 bilhões de dólares provocados por tornados e 2011 foi um deles. Tornados ocorrem em todos os meses do ano, mas a pesquisa apontou que a maior destruição ocorre em abril, maio e junho com 66% dos danos totais e 55% dos tornados ocorrendo nestes meses.

A média anual de danos por tornados nos Estados Unidos entre 1950 e 2013, de acordo com o estudo, foi de 5,9 bilhões de dólares. Ocorre que entre 1950 e 1981 foi de 7,6 bilhões ao passo que entre 1982 e 2013 de 4,1 bilhões, uma queda significativa. Os autores destacam que a redução é “sugestiva” de uma queda na frequência do fenômeno. Entre 1950 e 1970 foram 15 anos com prejuízos superiores a 5 bilhões de dólares e entre 1993 e 2013 apenas quatro, sendo três desde 2008. O trabalho ainda aponta que os 153 furacões que atingiram os Estados Unidos desde 1950 provocaram o dobro do prejuízo causado pelos 58 mil tornados documentados. Segundo uma estimativa dos pesquisadores, uma repetição do terremoto de 1906 de San Francisco hoje poderia provocar prejuízo em dólares superior a de todos os tornados no país desde 1950 juntos.

Fonte: Clipping do site Metsul.





sexta-feira, 25 de abril de 2014

Encontro de coleções biológicas

De 20 a 23 de maio, o Instituto Vital Brazil e a Rede Vital para o Brasil trazem pesquisadores nacionais e internacionais, representantes das políticas públicas e estudantes para o Encontro Nacional sobre Coleções Biológicas e suas Interfaces no Rio de Janeiro. A proposta é discutir a relevância das coleções biológicas de animais peçonhentos do país.

O evento é dividido em minicursos, mesas-redondas, palestras e apresentações de trabalhos científicos. “Temas ligados aos acidentes com animais peçonhentos são prioridade na missão do Instituto Vital Brazil e da Rede Vital Para o Brasil, entidades envolvidas na realização do Encontro”, disse Breno Handam, Curador da Coleção Científica do Instituto Vital Brazil e parte da Comissão Organizadora do Encontro.



A iniciativa servirá para ampliar a consciência do público em geral de que as coleções biológicas são ferramentas importantes, muitas vezes únicas, sobretudo, quando aplicadas a outras áreas do conhecimento como a sistemática, ecologia, biogeografia, saúde pública e ambiental. Também serão abordadas questões relacionadas à gestão das coleções científicas dentro do cenário nacional, com reflexões sobre como elevar a qualidade das atividades inerentes ao tema e seus profissionais no país. A programação completa e o formulário de inscrição já estão disponíveis na 



Coleção Científica do Instituto Vital Brazil 
A coleção científica do Instituto Vital Brazil tem sua origem na fundação da instituição, em 1919. A partir de 1923, com a vinda do pesquisador francês Jean Veillard, foi iniciada a catalogação dos exemplares obtidos para os estudos relativos aos animais peçonhentos. A partir do início da década de 1940, o médico Otílio Machado organizou a coleção na sala da antiga divisão de Zoologia Médica do Instituto, como apoio ao ensaio da Zoologia e à exposição ao público. 

A coleção teve vários avanços com o passar do tempo e atualmente conta com cerca de 3 mil exemplares entre serpentes, lagartos, quelônios, anfíbios, artrópodes, crânios, hemipênis e tecido (DNA). O acervo ajuda a contar a história do Instituto, da ocupação da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro e da história do próprio país. Compõem o acervo espécies da fauna fluminense, assim como exemplares de outros estados brasileiros. O material pode ser consultado por profissionais e estudantes de todo o país que queiram usar a coleção como objeto de pesquisa. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CONCURSO PARA GEOGRAFIA FÍSICA NA UNESP-RIO CLARO-2014

Os Instituto de Geociências  da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Rio Claro, anuncia a abertura de concurso público para Professor Assistente Doutor.

No CP 034/2014 há uma vaga no Departamento de Geografia, no conjunto de disciplinas de Análise de Impactos Ambientais, Análise da Paisagem, Climatologia, Biogeografia, Hidrogeografia e Quantificação em Geografia.

A jornada de trabalho são de 40h em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP), com contratos em regime celetista e remuneração de R$ 9.138,94. Mas caso o profissional tenha título de livre-docente receberá R$ 10.950,28.

Podem se inscrever candidatos que efetuem inscrição a partir da próxima segunda-feira, 14 de abril de 2014, na Seção Técnica de Comunicações do respectivo Instituto (ver endereços no edital), com entrega de documentos e pagamento de taxa, no valor de R$ 75,00. O prazo para o CP 034/2014 acaba em 13 de maio de 2014, enquanto que para o CP 040/2014 o período segue até 14 de maio de 2014.

Haverá prova didática e análise curricular para todos, bem como prova escrita para os inscritos no CP 034/2014 e apresentação e arguição do projeto de pesquisa para o CP 040/2014.

Acesse o edital e o programa do concurso no link a seguir:

domingo, 13 de abril de 2014

Conversando sobre Climatologia - Entrevista com o Professor Manuel Calabar - Abril de 2014.

Bom dia Galera.

O Bioclima, neste início de mês de abril, vem publicar a segunda entrevista da série - Conversando sobre Climatologia, que agora recebe Manuel Calabar - Professor Visitante da Universidade Estadual de Feira de Santana. Leiam!!. Vocês irão gostar.

BIOCLIMA. Professor, eu perguntaria inicialmente sobre sua trajetória. Onde se formou, quais foram seus trabalhos de mestrado e doutorado e o que desenvolve atualmente. Até para que nossos leitores possam o conhecer melhor.

Eu fiz toda minha trajetória acadêmica na Universidade de Santiago de Compostela (USC), que fica na região da Galícia (Noroeste de Espanha). A cidade é bem conhecida aqui no Brasil pelo Caminho de Santiago, rota de peregrinação que popularizou Paulo Coelho com diversas publicações. Sou Graduado em Geografia (lá na Espanha se chama de "Licenciado"), e tenho Doutorado também pela USC. Inicialmente, nos estudos equivalentes ao Mestrado do Brasil, pesquisei sobre temporais de chuva e vento na Galícia, com uma proposta de classificação em função da intensidade e da periculosidade que combinou quantidade de chuva e rajadas de vento com o número de dias consecutivos que aconteceram.

Já no doutorado mudei de assunto e estudei a oferta e demanda de uso público em Espaços Naturais Protegidos também na Galícia, com aplicação de uma metodologia que utilizava indicadores para a oferta, e questionários a visitantes para a demanda. Meus orientadores foram os Professores Rubén Camilo Lois González e Alberto Martí Ezpeleta, os dois da USC. Durante o tempo que fez o Doutorado e depois de defender a Tese, trabalhei como pesquisador em um grupo integrado principalmente por geógrafos, colaborando em vários tipos de pesquisas desde turismo a geografia urbana. No ano de 2012 apareceu a oportunidade de trabalhar como Professor Visitante na Universidade Estadual de Feira de Santana para algum dos membros do grupo de pesquisa, e decidi aceitar este novo reto pessoal e profissional.


 A Professora Raquel Vale, Servidor Técnico Róbertson da Silva Carneiro e o Proff. Manuel Calabar (UEFS).

BIOCLIMA. Prof. Manolo, como nossos leitores são do Brasil, e o senhor agora está como Professor Visitante da Universidade Estadual de Feira de Santana. Você poderia nos falar das características da climatologia de Feira de Santana, situada a cerca de uma hora de Salvador, mas com um clima muito particular.

Você mesmo colocou as palavras certas: um clima muito particular. Aqui vou falar desde o ponto de vista de alguém que vem de fora por primeira vez e que morava antes em um clima totalmente diferente. Antes de vir para Feira de Santana, me informei das características gerais do Clima. O primeiro que me chocou foi a peculiar distribuição das precipitações ao longo do ano. Nas Latitudes Médias, nossos manuais de Climatologia falam de um reparto das chuvas nos Climas Tropicais com uma estação seca no inverno e uma chuvosa no verão, e Salvador (o exemplo que primeiro olhei) não acompanha nem o mais mínimo esse padrão pois os meses da chuva mais abundante vão de Abril a Julho. Só depois, aprofundando mais, foi que passei a entender que dependia de nuances com a Circulação atmosférica do Nordeste do Brasil, pelo menos em parte. Feira acompanha esta distribuição, mais com quantidades totais bem menores que em Salvador, e aqui vem a segunda questão. A característica mais "especial" para mim foi que a faixa de elevada pluviosidade era muito estreita, e que as isoietas diminuíam rapidamente de valor a pouca distancia do mar sem ter uma barreira orográfica que justificasse isto! Ainda é o dia de hoje que fica difícil ter uma noção exata de tal anomalia, compartilhada por quase tudo o Semiárido Nordestino, tão azonal e "particular" dentro dos Climas do Mundo. A pouco mais de 100 Km de Salvador (com médias de 2000 mm anuais de chuva), Feira se contenta com médias de 800 mm, no limite mesmo da semiaridez. De fato, Feira de Santana é chamada de "Portal do Sertão" ao ficar na faixa de transição entre o Clima Tropical Úmido do litoral e o Semiárido interior (chamado de "agreste"). A seca também se deixou notar aqui, em 2012 só foram recolhidos na Estação Meteorológica da UEFS pouco mais de 200 mm. Recorde histórico. Houve sérios problemas para os pequenos produtores rurais que ainda hoje dá para perceber, mesmo amenizando muito a situação com um 2013 bem mais chuvoso.



BIOCLIMA. A sua experiências em estudos de clima urbano vem da Espanha. O senhor poderia nos dizer em qual estágio da arte dos estudos de clima urbano na geografia espanhola?

Atualmente, os estudos de Clima Urbano deram uma parada sem um motivo concreto. Houve uma etapa de muito trabalho na década dos 1990 e primeiros anos do Século XXI, no que grande parte das cidades espanholas foram estudadas e muitas publicações saíram á luz. Existe, pois bastante trabalho feito e de ótima qualidade, mais seria bom atualizar os estudos, até porque as cidades espanholas experimentaram um crescimento importante no seu perímetro urbano por causa de um boom urbanístico especulativo muito intenso que explodiu em 2008 com a crise econômica. Os efeitos de este processo no Clima Urbano das cidades espanholas ainda não está bem estudado, na minha opinião.

Profa. Raquel Vale e Manuel Calabar observando um mini-abrigo

BIOCLIMA. Por ser morador da Galícia, por muito tempo o senhor nos descrever a climatologia desta região situada ao norte da Espanha.

A Galícia, por estar localizada num dos extremos Ocidentais da Europa, possui um Clima Temperado Oceânico, ou como muitos autores denominam, Temperado de Litoral Ocidental. Isto é, as temperaturas são amenas (sem grandes picos de calor e frio, por norma geral), e as chuvas são abundantes, principalmente no Semestre frio (Outubro-Março). Galícia fica na trajetória de passo das perturbações da Fronte Polar do Hemisfério Norte, e ademais influenciada pela Deriva Nor-atlântica, que aporta águas quentes incrementando a pluviosidade e amenizando as temperaturas. Com tudo, a Galícia fica no extremo meridional da área Oceânica européia, bem no limite com a área de influencia do Clima Mediterrâneo. Unido a isto, a região tem um relevo bem compartimentado, com numerosas serras e depressões. E por isto que em muitos locais do interior, os verões são quentes e secos, bem próximos do Mediterrâneo, e os invernos mais frios por continentalidade. As altas pressões subtropicais (Alta das Açores) influenciam fortemente no verão, dando tempo mais ensolarado que, por exemplo, a Irlanda, que fica em linha reta ao Norte da Galícia.


Professor Manuel Calabar - Professor Visitante da UEFS

BIOCLIMA. Além de professor visitante, qual pesquisa o senhor desenvolve em Feira de Santana-BA?

Meu trabalho prioritário na UEFS é ajudar a colocar em funcionamento um Laboratório de Climatologia, que auxilie os trabalhos de ensino, pesquisa e extensão da Licenciatura e do Bacharelado em Geografia. Além disso, coordeno um projeto de pesquisa que tem duplo foco: conhecer o estado da rede meteorológica que existe no Estado da Bahia (tipo de estação, localização das estações, dados coletados, período de coleta, instituição gestora), e verificar qual informação meteorológica chega até os pequenos produtores rurais do Semiárido, por que médios chega, se é utilizada e como, e se consideram útil essa informação no seu desempenho, aplicando questionários pessoais. Também ministro aula de Fundamentos de Climatologia na graduação, pois como Professor Visitante não posso ministrar mais de uma matéria. A gente está fazendo o possível para trabalhar com meios ainda precários, mas acreditando que passo a passo se faz caminho e que se aprende de tudo para melhorar. O contato com profissionais de outras universidades e instituições é de grande ajuda, e por isso também fazemos visitas técnicas a Laboratórios como o BIOCLIMA da UFV.

Equipe do Bioclima-UFV com os professores visitantes da UEFS.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Interoceanica, asfalto para o ecoturismo e o desmatamento

Puerto Maldonado, Peru – Quando Beatriz Yabar Álvarez e seu marido chegaram ao penhasco sombrio com vista para o Rio Tambopata, mal havia uma trilha lamacenta entre seu novo lar e o pequeno porto da mata do município de Puerto Maldonado. Na ocasião, ela não podia saber que o futuro traria uma rodovia polêmica, desenvolvimento e destruição àquele canto remoto do país, onde não havia eletricidade ou telefones, e onde os rios serviam de estradas.

Seis décadas se passaram e ela criou nove filhos na fazenda, onde a família mantinha porcos, gado, galinhas e árvores frutíferas. Seu filho caçula, Percy Balarezo, se lembra de andar por uma hora para chegar à escola localizada no município de Puerto Maldonado, seguindo por uma trilha estreita.


Puerto Maldonado ainda estava na fronteira da Amazônia peruana, conectado à divisa com o Brasil numa direção e com o resto do Peru na outra apenas por uma estrada de terra. Na estação seca, até uma breve viagem deixava os viajantes cobertos por uma poeira avermelhada. Na estação chuvosa, a viagem até Cusco podia levar uma semana ou duas, dependendo da frequência com que o caminhão ficasse atolado ou que quedas de barreiras bloqueassem a estrada. Isso mudou em 2006, quando trabalhadores começaram a asfaltar a estrada através de Madre de Dios até a divisa com o Brasil. Mas enquanto as autoridades governamentais enxergavam o projeto como uma oportunidade de ouro para a economia, os ambientalistas viam a iniciativa como um ataque à verdejante floresta tropical de um dos lugares mais biodiversos da Terra.

Veja o restante da reportagem no link a seguir:

sexta-feira, 4 de abril de 2014

IPCC alerta que pobres serão os mais castigados por mudanças climáticas

Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC na sigla em inglês, divulgaram na noite deste domingo (30) o segundo capítulo de um relatório sobre o clima e concluíram que são "altamente confiáveis" as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século.
E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões de gases de efeito estufa nos próximos anos.

Chamado de "Sumário para os Formuladores de Políticas, o texto, que analisou o impacto, adaptação e vulnerabilidade do planeta mediante às mudanças climáticas, aponta ainda que a população pobre, principalmente de países tropicais, como o Brasil, será a mais afetada por situações de seca e inundação, com risco de insegurança alimentar, caso não haja planejamento para adaptar culturas agrícolas às possíveis realidades.
O documento é o segundo volume do quinto Relatório de Avaliação elaborado pelo painel da Organização das Nações Unidas (ONU) e as informações são complementares ao primeiro capítulo do relatório, divulgado em setembro passado, que abordava A Base das Ciências Físicas.


O segundo capítulo do relatório aponta que populações pobres que vivem em regiões costeiras podem sofrer com mortes e interrupções dos meios de subsistência devido ao aumento do nível do mar e que altas temperaturas em localidades semi-áridas poderão causar grandes perdas para agricultores com poucos recursos, o que aumentaria o risco de insegurança alimentar.
Áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com mais inundações, devido ao aumento de tempestades. Aquelas já vulneráveis, que registram constantemente enchentes e deslizamentos de terra, como o Sudeste do Brasil, podem sofrer graves consequências com o acréscimo do volume de chuvas.

Sobre os recursos hídricos, o texto afirma que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas – algo semelhante ao que acontece atualmente entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com a disputa pelo uso da água do Rio Paraíba do Sul para  abastecer o Sistema Cantareira.
O texto estima também uma elevada perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas, além de redução dos recifes de corais no Caribe e costa de países tropicais, como o Brasil, por conta da acidificação, fenômeno causado pelo excesso de CO2 na atmosfera.






Concurso para Geógrafo no INPE

De 3 a 25 de abril, estão abertas as inscrições do concurso público para a contratação de 14 pesquisadores e 54 tecnologistas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As inscrições devem ser feitas das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30 - exceto sábados, domingos e feriados

Oportunidade
Nos cargos da carreira de Pesquisa, há oportunidades nas áreas de Meteorologia, Oceanografia, Geografia, Ciências Atmosféricas, Ciências Exatas e da Terra, Computação Aplicada, Ciências da Computação, Ciências do Sistema Terrestre, Física, Ciências Matemáticas e Naturais, Ciências Biológicas, Ecologia, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas ou áreas correlatas. A remuneração inicial para os cargos da carreira de Pesquisa pode chegar a R$ 9.828,05 (com doutorado). A seleção terá prova escrita, prova oral de defesa pública de memorial e análise de títulos e currículo. A primeira etapa será realizada no período provável de 19 a 20 de maio - todas as etapas da seleção serão realizadas em São José dos Campos.

Os editais com a descrição das vagas, conteúdo programático, normas e etapas da seleção, bem como todas as informações sobre o concurso público no INPE, estão disponíveis na página: