domingo, 27 de outubro de 2013

Possíveis soluções para o aquecimento

A chamada Geoengenharia pode entrar em cena no combate ao aquecimento global

Riscos do controle do ambiente pela tecnologia ainda precisam ser considerados, dizem cientistas
A reportagem, publicada no site da BBC News no último mês pela repórter Melissa Hogenboom, enfatiza que a manipulação deliberada do ambiente terrestre em larga escala, chamada de geoengenharia, pode ser uma das formas de resfriar a Terra ou ajudar a reduzir os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Porém os cientistas sabem que essas tecnologias estão em seus estágios muito iniciais de desenvolvimento e ainda não foram testadas em uma escala global.
Apesar de haver grandes riscos em interferir deliberadamente com a natureza para resfriar o planeta, alguns pesquisadores dizem que se as concentrações de carbono na atmosfera alcançarem um estágio crítico, a geoengenharia seria a única forma de controlar nosso clima.
Por outro lado, outros temem que ter uma tecnologia para "reverter" as mudanças climáticas poderia ser visto como um passe livre (para os poluidores) e que mais esforços deveriam ser concentrados nas maneiras atuais de reduzir as emissões.
Steve Rayner, co-diretor do Programa de Geoengenharia da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, diz que não há resposta fácil, mas afirma que "seria irresponsável não explorarmos o potencial para entender as tecnologias da melhor forma possível".
"Ao longo da história da humanidade, as tecnologias de uma geração criam problemas para a seguinte. Temos que encontrar alguma forma para lidar com isso, porque é parte da evolução da sociedade humana", acrescenta.
Veja alguns dos projetos em pauta:

Gerenciamento da Radiação Solar (SRM): Reflexo de raios solares para que não cheguem à superfície da Terra e retornem ao espaço.
Melhoramento do albedo: Aumento da refletividade das nuvens sobre a superfície da Terra, para que mais do calor do Sol seja refletido de volta para o espaço.
Refletores espaciais: Bloquear uma pequena proporção da luz do sol antes que ela chegue à Terra.
Aerossóis estratosféricos: Introduzir pequenas partículas refletivas na alta atmosfera para refletir parte da luz solar antes que ela alcance a superfície da Terra.
Remoção de Dióxido de Carbono (CDR): Remoção de CO2 da atmosfera.
Biocarbono: Queimar biomassa (plantas) e enterrá-las para que o carbono fique preso no solo.
Captura no ar ambiente: Construção de máquinas que podem remover o CO2 diretamente do ar ambiente e armazená-lo em outro lugar.
Fertilização oceânica: Acrescentar nutrientes ao oceano em lugares selecionados para aumentar a produção de fitoplânctons, que absorvem CO2 da atmosfera.
Fonte: Programa de Geoengenharia de Oxford

Matéria reproduzida
Confira na integra no link abaixo:


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um pouco de história...



A necessidade do homem de conhecer os fenômenos da atmosfera e suas consequências na esfera social são muito antigas. A partir do momento em que se associou as condições climáticas ao desenvolvimento de outras áreas, o homem começou a produzir e analisar os componentes da natureza e suas combinações.
 No início da humanidade os conhecimentos que se tinham do clima eram muito escassos, tendo suas bases nas associações entre os fenômenos atmosféricos e as condições e vontades dos deuses e demais entidades.
Os primeiros a registrarem de forma mais concreta a atuação atmosférica e a autoridade da natureza sobre o homem foram os gregos. Como Hipócrates que publicou “Ares, águas e lugares”, além de relacionar as dominações e influências climáticas em uma escala mais geral, fazendo comparações entre aspectos físicos da natureza e o caráter dos habitantes de determinadas áreas da Europa. Com as publicações do autor grego, ficou conhecido o termo “Determinismo Climático” que acreditava que o homem sempre estaria inferior à natureza.
 

Hipócrates, autor grego.

Após a Revolução Tecnológica, o modo de se compreender o mundo mudou e as hipóteses acerca do Determinismo Climático foram derrubadas, sendo substituídas pela ideia de que a natureza é submissa às ações do homem, segundo o conhecimento científico e tecnológico disponível.
 A climatologia surge enquanto ciência no fim do século XIX com a sistematização da meteorologia, fazendo com que essas duas disciplinas caminhem lado a lado, se diferenciando nas áreas de atuação. A climatologia adota o lado geográfico, se importando com a espacialização dos fenômenos atmosféricos e as relações entre a natureza e a sociedade.
 No fim do século XIX os estudos sobre o clima envolviam médias de atributos térmicos e seus elementos eram vistos de forma separada, o que foi fortemente criticado, uma vez que o clima é dinâmico e interativo.
Com o avanço da Meteorologia surgiu também a Climatologia Dinâmica, baseada na circulação atmosférica e nos sistema sinóticos, analisando o complexo atmosférico em porções individualizadas. Dentro dessa área da climatologia, destacou-se Sorre que definiu clima como “ambiente atmosférico constituído pela série de estados atmosféricos sobre um lugar, em sua sucessão habitual”. Entretanto foi Monteiro, grande geógrafo brasileiro percursor da climatologia no país, o responsável por incorporar nas ideias sorreanas os conceitos de sucessão e ritmo climático, propondo a análise rítmica. 

Monteiro, geógrafo brasileiro.

Atualmente, com o avanço tecnológico e o aumento da velocidade dos sistemas de comunicação, tem-se a circulação de informações de dados meteorológicos e climáticos muito mais fácil, contribuindo para a ascensão de pesquisas e popularização da climatologia.
Hoje o clima é visto muito além de suas concepções antigas. O clima é um importante patrimônio natural relacionado a processos econômicos e físicos, além de poder intervir na qualidade de vida, quando bem utilizado, contribuindo para o bem-estar social. 


Leia também!!!

1) Da climatologia geográfica à geografia do clima Gênese, paradigmas e aplicações do clima como fenômeno Geográfico

http://anpege.org.br/revista/ojs-2.2.2/index.php/anpege08/article/view/11/pdf4B

2) Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre o tempo e o clima no Brasil colonial


3) Conversas ao Luar: “Contando a História da Climatologia Brasileira”

http://anpege.org.br/revista/ojs-2.2.2/index.php/anpege08/article/view/250/125

4) ARAUJO, Adauto José Gonçalves de. A medicina no Brasil Imperial: clima, parasitos e patologia tropical. Cad. Saúde Pública [online]. 2013, vol.29, n.2, pp. 414-416. ISSN 0102-311X.

http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n2/31.pdf

5) O reconhecimento oficial da importância da climatologia em Portugal



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Incêndio florestal pode ter relação com mudança do clima, diz ONU

Muito ainda se questiona sobre as ações e a existência ou não do aquecimento global. Essa semana surgiu uma notícia no site do g1.globo.com, escrita por France Presse. 
A matéria de maneira geral aborda que, segundo estudiosos que trabalham para a ONU (Organização das Nações Unidas), associaram as queimadas em florestas australianas com o aquecimento global.
"Os incêndios florestais estão ligados ao aquecimento global e a ondas de calor cada vez mais intensas", informou nesta terça-feira (22) Christiana Figueres, secretária-executiva das Nações Unidas para o clima em uma entrevista concedida à CNN.
As declarações vieram à tona em um momento de "acalorado" debate na Austrália sobre a existência de um vínculo entre o aquecimento global e os incêndios, uma vez que o premier australiano, Tony Abbott, um cético do clima, chegou a descrever a ciência que atribui as alterações nas temperaturas do planeta às atividades humanas como uma "idiotice absoluta".
Dados do Serviço de Meteorologia da Austrália mostram que 2013 caminha para se tornar o ano mais quente do país, superando o recorde anterior de 2005, segundo pesquisadores da organização sem fins lucrativos Climate Council. Consultada sobre o assunto, Christiana disse que existe um vínculo e prosseguiu informando que a "Organização Meteorológica Mundial não estabeleceu um vínculo direto entre este incêndio e as mudanças climáticas. Ainda. Mas o que é absolutamente claro é que a ciência nos diz que há um aumento de ondas de calor na Ásia, Europa e Austrália, e que elas vão se manter em intensidade e frequência".
De acordo com a instituição, o mês passado foi o setembro mais quente já registrado na Austrália, com temperaturas médias nacionais 2,75 graus mais quentes do que a média de longo prazo.
Bombeiros tentam conter foco de incêndio em localidade a oeste de Sydney nesta terça-feira (22) (Foto: Rob Griffith/AP)
Bombeiros tentam conter foco de incêndio em localidade a oeste de Sydney nesta terça-feira (22) (Foto: Rob Griffith/AP)
Existem no país discussões sobre a contribuição das mudanças climáticas para os incêndios sem controle a oeste de Sydney, que até agora destruíram centenas de casas e deixaram um homem morto. Figueres disse que a decisão de Abbott de anular uma taxação sobre emissões de carbono, projetada para combater as mudanças climáticas, terá um elevado preço político.
"Na verdade, já estamos pagando o preço do carbono", afirmou. "Estamos pagando o preço com incêndios florestais, estamos pagando o preço com secas".
Figueres pediu ação para enfrentar as crescentes emissões de gases de efeito estufa. "Poderíamos, como humanidade, adotar ações vigorosas e poderíamos ter um cenário muito, muito diferente. Este é o cenário que vale a pena examinar", acrescentou.
"Temos muito pouco tempo", acrescentou. "O importante é que nós ainda temos tempo, embora à medida que nós nos atrasarmos, estaremos fechando a janela para nós mesmos", concluiu.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Prof. Hugo Romero obtiene el Premio Nacional de Geografía 2013

É com alegria, que o Bioclima vem a público divulgar, que o professor Hugo Romero, um dos mestres entrevistados da sessão conversando sobre o clima recebeu a horaria da Sociedade Chilena de Ciências Geográficas, graças às suas contribuições e divulgação contínua de conhecimento na área de geografia , o Diretor do milênio Núcleo Vulnerabilidades centro de pesquisa e Desastres Sócio- naturais ( CIVDES ). A entrega oficial e pública da distinção será realizada 15 de outubro de 2013 às 11:00 na Cerimónia de Abertura do Congresso Nacional XXXIV International Center extensão geográfica XIX , da Universidade de Punjab, na cidade de Chillán . A Sociedade Chilena de Ciências Geográficas ( SOCHIGEO ) concedeu , por unanimidade, Prêmio Nacional de Geografia 2013 a Professor Dr. Hugo Romero Aravena , Academic Departamento de Geografia da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo ( FAU ) da Universidade do Chile e Diretor do Núcleo Vulnerabilidades do Milênio centro de pesquisa e Desastres Sócio- naturais ( CIVDES ) .O prêmio, que é dado pela terceira vez e foi criado em 2007, recebeu o caminho do Dr. Hugo Romero em ciências geográficas, juntamente com a sua contribuição e desenvolvimento da disciplina.

Prof. Hugo Romero

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Fotos do Enanpege-2013-Dia 7/10/2013


Vejam as fotos do primeiro dia de Enanpege.


Auditório 1 do CDC
Mesa do Fórum de Coordenadores - Profa. Maria Tereza (Unicamp) e Prof. João Rua (Puc-Rio)

Uma das entradas da Unicamp
Stand de credenciamento do enanpege-2013
Entrada do CDC
Stand de inscrições
Mesa do fórum de editores
Fórum dos pós-graduandos


domingo, 6 de outubro de 2013

Enanpege-2013



Boa noite, Galera.
É com grande alegria, que o Bioclima vem participar do seu segundo enanpege. O primeiro foi em 2011 em Goiânia. Agora na cidade de Campinas, amanhã os trabalhos vão começar. E não poderia ser melhor a abertura, com a presença na conferência de abertura do Professor  Christian Topalov, sociólogo e diretor de estudos na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS).

Durante a primeira parte de sua carreira acadêmica, ele atrelou intimamente trabalho intelectual e engajamento político, contribuindo nesse período para o desenvolvimento da sociologia urbana marxista francesa, da qual ele ainda é um representante reconhecido na América Latina. Desde o fim dos anos 80 do século XX, ele trabalha com a história das políticas de reforma urbana e social, a sociologia das ciências sociais relacionada com as questões urbanas. Sua obra, que se inscreve em uma postura reflexiva, representa uma abordagem original interrogando em particular a construção histórica das categorias e os objetos da sociologia nas suas relações com a ação. E muito contribuiu e influenciou geógrafos.
Sugerimos que antes de vocês poderem assistir a conferência do Professor Topalov, pela RTv Unicampo -http://www.rtv.unicamp.br/ às 20 horas, leia a  recente entrevista do mesmo na revista e-metropolis de junho de 2013, no endereço eletrônico a seguir.

http://www.emetropolis.net/download/edicoes/emetropolis_n13-3.pdf




sábado, 5 de outubro de 2013

Floresta Amazônica

Clipping.

A Floresta Amazônica poderá sofrer uma redução de 70% da extensão da sua área ao fim do século, se houver um aumento da estação seca. A projeção consta do relatório completo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que foi divulgado ontem na sequência do sumário para formuladores de políticas, anunciado na sexta passada.
O material, com mais de mil páginas, traz com mais detalhes as bases físicas da ciência do clima e uma abordagem regional com projeções sobre como cada parte do planeta poderá ser afetada no futuro. No capítulo 12, de mudanças climáticas de longo prazo, o relatório se refere a estudos para a Amazônia. O texto lembra que no clima atual o crescimento intenso da floresta ocorre justamente durante a estação seca, quando a insolação é maior e há bastante água do período chuvoso armazenada nos aquíferos subterrâneos.
Há muitas incertezas ainda sobre como a mudança climática vai afetar a seca na região, mas simulações que consideram um cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação. O painel de cientistas alerta que o cenário poderá ficar ainda pior diante de um quadro de aumento do desmatamento, que tende a prolongar a estação seca. "Condições assim aumentam a probabilidade de incêndios naturais que, combinados com queimadas provocadas por atividades humanas, podem minar a resiliência da florestas às mudanças climáticas", escrevem os autores.
A redução de área da Amazônia consta na literatura revisada pelo IPCC, mas informações mais detalhadas sobre o que pode acontecer com a região caberão ao grupo 2 do painel, que divulga sua parte, de impactos das mudanças climáticas, em março do ano que vem. 
Focando nas bases científicas do aquecimento global, o relatório do grupo 1 afirma que é muito provável (mais de 90% de chance) que a temperatura suba em toda a América do Sul, com o maior aquecimento projetado para o sul da Amazônia. A projeção é de um aumento da temperatura média de 0,5°C (centro-sul) a 1,5°C (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no País até o fim do século no cenário mais otimista; e de 3°C (Sul e litoral do Nordeste) a 7°C (Amazônia) no pior cenário.
Em relação às chuvas, porém, há incertezas, com diferentes estudos mostrando várias tendências para algumas regiões, explica a pesquisadora Iracema Cavalcanti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das autoras do capítulo 14, que mostra as projeções regionais futuras. "Mas temos grande confiabilidade para algumas. Os resultados são muito robustos de que na Região Sul do País e na bacia do Prata as chuvas vão aumentar. E no inverno, há mais confiança de que haverá excesso de chuvas no oeste da Amazônia e menos no leste e no sul", diz.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Liberado o relatório do IPCC-2013

O climatologista Gian-Kasper Plattner teve nos últimos meses uma das missões mais difíceis entre os cientistas que compõem o painel do clima da ONU, que divulgou, no dia 27 de setembro, um relatório no qual acentua a gravidade do aquecimento global. O suíço de 42 anos coordenou a redação do "Sumário para Formuladores de Política", a parte do documento destinada ao público não especializado. Tendo iniciado a carreira na área pesquisando avalanches, ele foi responsável agora por lidar com a avalanche de comentários de governos sobre o documento, que recebeu mais de 1.800 sugestões.


O climatologista Gian-Kasper Plattner 

Em entrevista à Folha, o climatologista defendeu a lentidão do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática) em analisar as evidências científicas, mesmo que isso tenha comprometido a capacidade de lidar com a questão mais polêmica do momento: o "hiato" na aceleração do aquecimento global nos últimos 15 anos.

Para você melhor compreender o que o IPCC diz leia os documentos divulgados no dia 27/9/2013, qeu você pode acessar por meio destes links.

http://www.climatechange2013.org/images/uploads/WGIAR5-SPM_Approved27Sep2013.pdf

Climate Change 2013: The Physical Science Basis
http://www.ipcc.ch/report/ar5/wg1/#.Uk2kXiTyK2U

http://www.ipcc.ch/pdf/special-reports/srex/SREX_Full_Report.pdf

Novo Relatório do IPCC - Clipping - FSP

Nos últimos 15 anos, a temperatura média da Terra parou de subir tão rápido quanto antes, mas isso não significa que a mudança climática esteja freando. Essa é a posição do governo brasileiro, que defenderá retirar do mais importante documento internacional sobre clima a menção ao chamado "hiato" do aquecimento global. O encontro que define o conteúdo final do quinto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática). O relatório técnico do painel já está pronto, mas só será publicado após a edição final do "Sumário para Formuladores de Políticas", único anexo do relatório sobre o qual governos podem opinar antes da divulgação, marcada para a próxima sexta (27).

Em junho, um esboço final dessa parte do relatório foi enviado a delegações para comentários. O texto, que vazou para a imprensa, incluía uma frase com referência ao hiato: "A taxa de aquecimento ao longo dos últimos 15 anos (1998-2012; 0,05°C por década) é menor do que a tendência desde 1951 (1951-2012; 0,12°C por década)".

Explorada por negacionistas da mudança climática, essa flexão no gráfico de temperatura é descrita por alguns como mero ruído estatístico numa tendência clara de aquecimento no longo prazo. Autores do sumário não deveriam ter incluído um recorte arbitrário de 15 anos num documento que avalia um trajeto só visível em escala maior, defende um dos representantes do governo brasileiro perante o IPCC.

"Alguém escolheu para isso um determinado ano [1998] que foi um ano de El Niño e era mais quente que o padrão", diz Gustavo Luedemann, coordenador de mudanças globais de clima do Ministério da Ciência. "Isso é obviamente um erro metodológico e deixa o documento um menos contundente."

Luedeman, porém, considera a menção ao hiato apenas um equívoco pontual e diz crer que o relatório é incisivo ao culpar a humanidade pela mudança climática. Ainda assim, cientistas tentam entender por que o gráfico de temperaturas se achatou. Segundo Ed Hawkins, climatólogo da Universidade de Reading (Inglaterra) que tem estudado o fenômeno, há vários motivos, incluindo queda de atividade solar e erupções vulcânicas recentes, que tem efeito resfriador sobre a Terra.

"O terceiro fator é a variabilidade natural do clima, com mudanças importantes no Pacífico tropical", diz. "A energia extra entrando no sistema climático provavelmente está sendo armazenada no oceano profundo."