quinta-feira, 24 de maio de 2012

Um canteiro de obras chamado Guidoval






No inicio desse ano varias cidades da Zona da Mata mineira sofreram com as chuvas. Ponte Nova, pela bacia do Rio Doce e Visconde do Rio Branco, Rio Pomba e Ubá pela bacia do Rio Paraíba do Sul, mas Guidoval, também na bacia do Rio Paraíba do Sul, foi a mais afetada entre elas.
            Guidoval é uma cidade de pequeno porte, possuindo mais de 7 mil habitantes. A cidade é cortada pelo Rio Xopotó que segue até a divisa dos municípios de Astolfo Dutra e Dona Eusébia, onde desagua no Rio Pomba. Segundo relatos de moradores da cidade, concebidos em um trabalho de campo realizado no dia 4 de Maio de 2012, na década de 40 do século passado houve uma grande enchente, após isso em 1976, a cidade voltou a sofrer com a cheia do rio Xopotó. Em 2008 aconteceu a maior enchente registrada na cidade até então. Agora no inicio do ano de 2012, mais especificamente na manha do dia 2 de Janeiro, o nível do rio subiu assustadoramente, chegando ao maior nível registrado na história.
            A parte central da cidade foi muito afetada, casas foram destruídas, outras tantas foram condenadas e a ponte da cidade foi levada pela enchente. Após tanta devastação, a cidade está conseguindo se reerguer. Os moradores quase não reclamam da prefeitura, dizendo que ela deu total assistência a população, a ajuda externa foi gigantesca, as cidades da região, melhor dizendo as pessoas das cidades da região, se comoveram com a situação de Guidoval e a ajuda foi imensa, tanto que todas as pessoas perguntadas sobre essa ajuda disseram que não faltou nada devido à ajuda. A Sociedade São Vicente de Paula, um movimento católico com a função de “... aliviar o sofrimento do próximo, em particular dos social e economicamente mais desfavorecidos, mediante o trabalho coordenado de seus membros.”, criou o SOS Guidoval com o intuito de receber doações em dinheiro a partir de uma conta em banco, para ajudar os afetados da “catástrofe”, sendo o diretor desse programa de ajuda o Padre Paulo Kawalczyc, que logo após o acontecido abriu as portas da igreja para a população desabrigada.
           
            O rio Xopotó chegou subir 15 metros do seu nível normal, segundo um morador, em 2008 o rio chegou a um ponto na parede, em 2012 a partir do ponto anterior ele mediu e viu que dessa vez a agua chegou 1,80 m a mais. Existem casos de pessoas que saíram da cidade depois da enchente com o medo de acontecer um evento da mesma magnitude futuramente, outros disseram que compraram lotes em partes mais altas da cidade para construir uma casa em um local alto, aonde a agua não chega. Uma senhora me disse que em 2008 a foi decretado estado de calamidade publica na cidade, porem em 2012 onde os danos foram maiores a cidade decretou apenas estado de emergência.
            A insegurança é notável na população de Guidoval, a maioria das pessoas acha que se fosse feito um estudo, ou alguma obra para amenizar os riscos de enchentes, o desastre poderia ter sido amenizado, porem me chamou a atenção um senhor de 73 anos, onde ele disse que nenhuma obra ou estudo poderia evitar o desastre desse ano, de tão monstruoso que foi o acontecido, ele também relatou que o desastre só não foi maior porque a inundação veio pela manha, que se tivesse vindo pela madrugada muitas pessoas seriam pegas de surpresa em suas casas.
            Entre a população existe o comentário que a abertura de uma comporta de uma barragem em Ervália (município pertencente tanto a bacia do Rio Doce, quanto a bacia do Rio Paraíba do Sul) poderia ter ajudado para tamanha destruição, porem existem especialistas que confirmam que a suspeita não procede, mas a hipótese mais forte, é que em Pombal na zona rural de Guidoval houve um represamento de agua em uma ponte que foi “entupida” por materiais trazidos pela agua e quando essa “barragem” se rompeu e aconteceu a grande devastação.

            É incrível como a cidade esta empenhada em recuperar os danos, onde você passa você vê pessoas reformando as casas atingidas, hoje são poucas as casas que ainda tem a marca da enchente, o governo esta mudando a estrada de chegada à cidade para a construção de uma nova ponte, uma ponte grande e visivelmente muito mais segura que a ponte existente antes e a construção está sendo rápida, existem pessoas que trabalham como voluntarias para ajudar pessoas a recuperar suas casas. O que se vê em Guidoval deveria servir de lição para o resto do país, um povo que após uma tragédia se uniu para a reconstrução da cidade, além do povo também existe um esforço visível dos governantes (não sei se municipal, estadual ou federal) para ajudar a cidade a se reestruturar.
A cidade em geral é grata às forças armadas brasileiras que deram total apoio, o exercito, construiu uma ponte provisória no lugar da antiga ponte, a marinha ajudou a reforma da escola. O corpo de bombeiros de Ubá também foi muito elogiado pelo trabalho feito e um relato de uma moradora chamou muita atenção ao dizer que ela estava no terraço de sua casa, quando por telefone ela conversou com seu filho que estava fazendo o resgate das pessoas por helicóptero que disse a ela que não era para se preocupar porque ela estava segura e antes de resgatá-la, ele tinha que resgatar outras que estavam em situações de serio risco, mostrando o profissionalismo de seu filho.
Foram registradas duas mortes e para os moradores foi um numero baixo, tomada as proporções do evento.
Vendo a cidade da parte alta, você vê que uma boa parte se localiza no leito maior do rio, existindo construções ocupando até mesmo parte do leito menor do rio, locais de extravasamento natural. Esperamos que a cidade reveja sua ocupação para que se possam amenizar futuros desastres.

sábado, 5 de maio de 2012

Concurso para Prof. Adjunto em Cartografia na UFF - Campos

CONCURSO DE CARTOGRAFIA - PROFESSOR DOUTOR -


40H/DE - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) EXERCICIO EM CAMPOS DOS

GOYTACAZES

INSCRIÇÕES DE 02/05 A 31/05 no site https://sistemas.uff.br/cpd/

PONTOS
1 - Evolução dos conceitos cartográficos e a história da cartografia

2 - Escala Geografica e a Escala Cartográfica

3 - Projeções cartográficas

4 - Sistemas de Coordenadas e Fusos Horários

5 - Práticas de localização por GPS

6 - Métodos de Representação Cartográfica

7 - A cartografia como técnica na análise do espaço geográfico

8 - Cartografia como ferramenta para o Planejamento Ambiental

9 - Fotogrametria e Fotointerpretação e a elaboração de produtos cartográficos

10 - Produtos cartográficos derivados dos elementos topográficos

PROVAS - 11/06 A 14/06 - LOCAL - ESR - UFF/CAMPOS DOS GOYTACAZES


INFORMAÇÕES - grc@vm.uff.br ou raul_reis@id.uff.br

RAUL REIS AMORIM

Professor Adjunto I

Chefe do Departamento de Geografia de Campos (GRC)

Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional

Universidade Federal Fluminense

Tel (22) 8154-2280/2724-0992