sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sítios arqueológicos encontrados no arco rodoviário do Rio de Janeiro

As obras do Arco Rodoviário Metropolitano do Rio de Janeiro permitiram a descoberta de cerca de 40 sítios arqueológicos na Baixada Fluminense. As descobertas, feitas pelo Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), vão desde um sambaqui (acúmulo de material orgânico e calcário) de 6 mil anos de idade até as ruínas de uma antiga fazenda, passando por uma aldeia indígena de 2 mil anos e um porto centenário no Rio Iguaçu. Segundo a arqueóloga Jandira Neto, a abertura do terreno para a construção de 72 quilômetros da rodovia permitiu encontrar os sítios. Dos 40 locais de interesse histórico identificados, 34 estão localizados sob o traçado da estrada. Entre eles, 22 já foram resgatados pelo instituto e outros 12 ainda devem ser recuperados até o final do ano.Os objetos desses 34 sítios ficarão sob a guarda do IAB. Pelo menos mais seis sítios arqueológicos não serão afetados pela obra e poderão ser preservados no próprio local. Entre os objetos encontrados estão centenas de cachimbos antigos, uma urna funerária indígena e cerâmica do período colonial, além dos restos de um antigo porto no Rio Iguaçu, que Jandira Neto acredita se tratar do Porto do Barriga, que tem cerca de 300 anos de idade e que ainda não tinha sido encontrado. “Esses sítios representam a ocupação da Baixada Fluminense desde o período pré-histórico. Qual é a importância disso tudo? É a gente ter a oportunidade de conhecer a pré-história e a história dos povos que ocuparam essa região. Região essa que nunca teve recursos para se fazer esse tipo de pesquisa”, disse a arqueóloga. O estudo dos sítios arqueológicos, no entanto, tem provocado transtornos ao andamento das obras do trecho, que liga o Porto de Itaguaí ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em Itaboraí, por meio da Baixada, e que recebe recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A rodovia, que custa R$ 965 milhões, deveria ter sido inaugurada no mês passado. Mas os achados arqueológicos e a descoberta de um anfíbio raro, que só se reproduz próximo ao traçado da rodovia, atrasaram o projeto em, pelo menos, um ano. Segundo a Secretaria Estadual de Obras do Rio de Janeiro, a rodovia só deve ser inaugurada em dezembro deste ano.

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